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Mestres de São Paulo - Cerâmica Izumi

guto seixas August 21, 2023

Shugo Izumi é ceramista desde 1978. Começou seu aprendizado com Toshiyuki Ukeseki, em Cunha-SP. Seu atelier fica em Atibaia, onde também trabalha seu filho Rafael, um grande ceramista por seus próprios méritos e os ajudantes Toninho e Anderson. . Me senti em estado meditativo enquanto estava lá. Só aquilo, ali, naquela hora existia. É muito leve e prazeroso. Mestre Izumi aperfeiçoou sua técnica a tal ponto que pouquíssimas palavras são trocadas entre ele e sua equipe. Ele me ensinou que a perfeição só pode levar à simplicidade, à eliminação completa de excessos. Obrigado Izumisan.

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O Zen de Kamori

guto seixas May 11, 2017

No começo de fevereiro, enquanto pesquisava personagens para a série Mestres de São Paulo, ví um post no instagram da artista Mana Bernardes sobre a alegria de ter encontrado no trabalho de Kamori o papel perfeito para sua poesia manuscrita.

Liguei para ele esperando ter que lidar com a desconfiança / timidez que quase sempre encontro no primeiro contato com os personagens desse trabalho. Essa ia ser a primeira de algumas vezes que Kamori me presenteava com uma surpresa agradável e um sorriso. Marcamos para quinta às duas.

Nessa primeira conversa falamos rapidamente por mais de três horas.

Estava diante de um mestre. Explico. O mestre se conhece tanto quanto ao seu trabalho. Sabe que seu trabalho só melhora quando ele melhora. É tão implacável nessa busca egoísta que não tem tempo para as distrações do ego. Domina o tempo do corpo e do ofício.

Vou logo deixando claro que durante as 5 horas de áudio gravado com Kamori em seu atelier na Saúde, em nenhum momento ele mencionou o termo ‘zen’.  Eu assumo toda a responsabilidade por esse clichê.

Se a pessoa é a soma de suas experiências, Kamori é um gigante. A lista de suas ocupações passadas é grande. Já foi consertador de caneta, militar, agricultor, contabilista, artesão em madeira e, há uns mais de 30 anos é artista plástico e papeleiro.

Na nossa segunda conversa falamos de tudo: música, tecnologia, educação, família, exercícios físicos, agricultura, a cidade, a colônia japonesa, arte, física quântica e também de papel. Tudo isso forma O Zen de Kamori.

Fabricar papel é uma atividade braçal, repetitiva e molhada. É preciso preparo. Para uma encomenda de mil folhas é preciso repetir o processo mil vezes. E Kamori me diz que seu preparo vem sendo feito há 15 anos no Parque do Ibirapuera. Tem um método e vai praticá-lo todas terças, quintas e sábados nos aparelhos da pista de corrida, às 9.

Fui lá e aprendi parte do método que é tão simples quanto belo e eficiente. Comece com pouco esforço nas argolas (aparelho muito completo segundo ele) dependurando seu corpo e tentando completar três círculos em pêndulo, com os pés no chão. Tente por três vezes subir nas argolas. Se for como eu não vai conseguir, mas isso não importa, afinal você está começando a ensinar seus músculos. Depois dê três pulos com os pés juntos em um degrau com mais ou menos trinta centímetros de altura. Então corra um pouco. Tente se erguer três vezes na barra. Faça três flexões. Alongue-se bastante antes e depois. Pronto, você não vai sair forte nem doído. Só um pouco mais feliz. Depois de três meses aumente um pouco os exercícios. Segundo Kamori, seu corpo vai pedir mais carga naturalmente. Agora imaginem o que ele é capaz de fazer depois de quinze anos. Vai lá conversar com ele.

Para o mesmo dia à tarde marcamos as fotos no atelier. E o resultado é esse que você vê acima. Obrigado Kamori.

Vai Lá

Além de fazer papéis nas mais diferentes gramaturas de algodão, kozo, flores, bananeira e outros materiais, Kamori ministra cursos em seu atelier.

Mais informações:

www.kamoriarte.com.br
 

 

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 Romário e mais um cuidam de todos os mais de 27000 vasos do Orquidário

Romário e mais um cuidam de todos os mais de 27000 vasos do Orquidário

 Uma mini orquídea (preciso perguntar o nome) do acervo pessoal do Trisca.

Uma mini orquídea (preciso perguntar o nome) do acervo pessoal do Trisca.

 Credencial da convenção na Suíça.

Credencial da convenção na Suíça.

 Trisca fazendo um tour pelo seu orquidário particular

Trisca fazendo um tour pelo seu orquidário particular

 Exemplares da sua coleção 

Exemplares da sua coleção 

 Trisca e Alemão, que tinha recebido tratamento para pulgas com óleo de neem, na oficina de sua casa

Trisca e Alemão, que tinha recebido tratamento para pulgas com óleo de neem, na oficina de sua casa

 Visitei o Trisca e seu jardim no inverno, época em que as orquídeas hibernam. Haviam poucas floridas.

Visitei o Trisca e seu jardim no inverno, época em que as orquídeas hibernam. Haviam poucas floridas.

 Esse chifre de veado é tão grande que tem uma mangueira crescendo de dentro dele.

Esse chifre de veado é tão grande que tem uma mangueira crescendo de dentro dele.

 A antiga placa da entrada do Orquidário.

A antiga placa da entrada do Orquidário.

 A aula sobre orquídeas no curso de jardinagem do Instituto de Botânica

A aula sobre orquídeas no curso de jardinagem do Instituto de Botânica

 Ensinando a tratar as doenças típicas da orquídeas.

Ensinando a tratar as doenças típicas da orquídeas.

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 Não imaginava que coubesse tanta técnica em um vasinho. Nem terra leva...

Não imaginava que coubesse tanta técnica em um vasinho. Nem terra leva...

 O uso do xaxim é ilegal, mas o Jardim Botânico tem exemplares de apreensões.

O uso do xaxim é ilegal, mas o Jardim Botânico tem exemplares de apreensões.

 Esse professor é cheio de histórias.

Esse professor é cheio de histórias.

 Romário dá um pulo no Orquidário para buscar um exemplar para a aula.

Romário dá um pulo no Orquidário para buscar um exemplar para a aula.

 A tesoura suíça do Trisca. Segundo ele as nacionais não aguentam a lida diária e desmontam.

A tesoura suíça do Trisca. Segundo ele as nacionais não aguentam a lida diária e desmontam.

 O mestre dando uma volta no lugar que ajudou a montar e cuidou por 36 anos.

O mestre dando uma volta no lugar que ajudou a montar e cuidou por 36 anos.

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 Romário e mais um cuidam de todos os mais de 27000 vasos do Orquidário  Uma mini orquídea (preciso perguntar o nome) do acervo pessoal do Trisca.  Credencial da convenção na Suíça.  Trisca fazendo um tour pelo seu orquidário particular  Exemplares da sua coleção   Trisca e Alemão, que tinha recebido tratamento para pulgas com óleo de neem, na oficina de sua casa  Visitei o Trisca e seu jardim no inverno, época em que as orquídeas hibernam. Haviam poucas floridas.  Esse chifre de veado é tão grande que tem uma mangueira crescendo de dentro dele.  A antiga placa da entrada do Orquidário.  A aula sobre orquídeas no curso de jardinagem do Instituto de Botânica  Ensinando a tratar as doenças típicas da orquídeas. _DSF1988AS.jpg  Não imaginava que coubesse tanta técnica em um vasinho. Nem terra leva...  O uso do xaxim é ilegal, mas o Jardim Botânico tem exemplares de apreensões.  Esse professor é cheio de histórias.  Romário dá um pulo no Orquidário para buscar um exemplar para a aula.  A tesoura suíça do Trisca. Segundo ele as nacionais não aguentam a lida diária e desmontam.  O mestre dando uma volta no lugar que ajudou a montar e cuidou por 36 anos. _DSF2113AS.jpg _DSF2115AS.jpg

Mestres de São Paulo - Trisca e as Orquídeas

guto seixas September 21, 2016

Conheci o Trisca no ano 2000 quando a Vera Maria Severo, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo me chamou para fotografar flores nativas da Mata Atlântica. Foi um projeto lindo que me mostrou que boa parte das árvores que florescem na cidade são nativas das nossas matas. Os Ipês, as Sibipirunas, as Tipuanas e todas as majestosas árvores que enchem os olhos foram uma descoberta. Mas, um dia, esse trabalho me mandou para o Orquidário do Jardim Botânico de São Paulo.

Até então não imaginava que essas maravilhas eram nossas. A beleza delicada das orquídeas sempre me lembrou o Oriente e vivia feliz achando que todas vinham da China para enfeitar o jardim da minha tia Graziela. Também nunca soube que dentro do Jardim Botânico existia esse imenso Orquidário. Bom, sou fotógrafo, não orquidófilo, mas eu aposto que nem todos os orquidófilos conhecem esse arquivo vivo com mais de 27000 orquídeas, a maioria nativas da Mata Atlântica. E lá, no meio desses gigantescos corredores (sério, dá uma olhada nas fotos aí em cima), trabalhava o Trisca.

Trisca selecionou as orquídeas, contou sobre elas e com seu arsenal infinito de piadas fez a manhã passar rápido.

Os filmes (!) foram revelados, os contatos escolhidos, as fotos ampliadas e mais ou menos uma semana depois (era um processo demorado crianças) o trabalho foi entregue, o cliente ficou feliz e eu fui tocar minha carreira por esse mundão.

Até que, 16 anos depois, comecei a idealizar os Mestres de São Paulo e um dos primeiros personagens que me ocorreu foi o Trisca. Ainda bem que o telefone da Vera Maria continuava o mesmo. Valeu Vera!

Agora, por um segundo, vamos considerar como é frágil a beleza do encontro. Trisca se aposentou naquele mesmo ano. Depois de 36 anos no orquidário. E aí trabalhou por mais 10 anos com orquídeas no projeto Pomar. Posso te passar o currículo dele e fotos de todos os seus certificados (centenas), mas não vou fazer nada disso. Você vai ter que acreditar em mim. Ninguém entende tanto de orquídeas quanto o Trisca. Ele ainda dá cursos e a ocasional consultoria para os verdadeiramente merecedores. Quando não está muito frio e o joelho permite.

O nome dele é Geraldo Neto. Trisca veio dos tempos da bola. Quando era zagueiro na Mooca e depois no time do Botânico. O apelido virou nome e o joelho virou dor. Trisca já foi falar de orquídea na Suiça, é amigo do Ronnie Von e do Lenine, continua morando na casa que era dos sogros e tem umas 200 orquídeas nos fundos, alguns gatos e Alemão, o cachorro.

Vai Lá

O Trisca dá aula sobre orquídeas no Móduio II do Curso de Jardinagem que a Graça, da Sinal Verde organiza no Instituto de Botânica do Jardim Botânico.

Mais informações:

Sinal Verde
Cursos Ambientais
Fone: (0xx11) – 5055-9321
e-mail: contato@sinalverde.com.br

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 Jair recebendo um cliente em sua loja que hora lembra o palácio de um doge, hora um pequeno palacete dos Habsburgo.

Jair recebendo um cliente em sua loja que hora lembra o palácio de um doge, hora um pequeno palacete dos Habsburgo.

 Cristais

Cristais

 Jair e Adriano restaurando uma arandela francesa art nouveau.

Jair e Adriano restaurando uma arandela francesa art nouveau.

 O cuidado em fazer o conserto imperceptível. A solda depois vai ser escurecida com uma fórmula secreta.

O cuidado em fazer o conserto imperceptível. A solda depois vai ser escurecida com uma fórmula secreta.

 Um lustre de cristal espera ser atendido na oficina

Um lustre de cristal espera ser atendido na oficina

 Detalhe de Jair e a luminária art nouveau.

Detalhe de Jair e a luminária art nouveau.

 O acervo de cúpulas e peças de reposição é imenso. Adquirido ao longo de décadas.  

O acervo de cúpulas e peças de reposição é imenso. Adquirido ao longo de décadas.
 

 Só de hastes de cristal são centenas

Só de hastes de cristal são centenas

 Mais da incrível oficina

Mais da incrível oficina

 A frente da loja vista do primeiro andar

A frente da loja vista do primeiro andar

 Jair voltando do tour ao segundo andar

Jair voltando do tour ao segundo andar

 Na frente da loja

Na frente da loja

 Cristais, espelhos, opulências que me lembram aquele espanador na abertura de Downton Abbey.

Cristais, espelhos, opulências que me lembram aquele espanador na abertura de Downton Abbey.

 Mil arco-íris

Mil arco-íris

 Jair recebendo um cliente em sua loja que hora lembra o palácio de um doge, hora um pequeno palacete dos Habsburgo.  Cristais  Jair e Adriano restaurando uma arandela francesa art nouveau.  O cuidado em fazer o conserto imperceptível. A solda depois vai ser escurecida com uma fórmula secreta.  Um lustre de cristal espera ser atendido na oficina  Detalhe de Jair e a luminária art nouveau.  O acervo de cúpulas e peças de reposição é imenso. Adquirido ao longo de décadas.    Só de hastes de cristal são centenas  Mais da incrível oficina  A frente da loja vista do primeiro andar  Jair voltando do tour ao segundo andar  Na frente da loja  Cristais, espelhos, opulências que me lembram aquele espanador na abertura de Downton Abbey.  Mil arco-íris

Mestres de São Paulo - Jair Lustres Antigos

guto seixas September 12, 2016

Jair é um homem de uma elegância rara. Assim como sua loja, que está de mudança da Rua Dr. Melo Alves para a Rua da Consolação. A loja é vítima da inexorável modernização da cidade de São Paulo, Jair não. Seus lustres não são afetados por modernismos, concretismos ou minimalismos. Ali o bronze, o latão e o cristal se unem em peças que, se não são eternas, parecem.

Antes de continuar nosso tour vou valorizar meu jornalismo investigativo um pouco. Este blog se alimenta da internet e principalmente de dicas. E a dica de fotografar o Jair veio de uma amiga que trabalha em um dos mais famosos escritórios de arquitetura de interiores de São Paulo. Quando ouvi fiquei logo interessado. Sou fotógrafo, penso imagens, imagino. E enquanto ouvia sobre Jair Lustres Antigos imaginava um lugar com uma atmosfera quase mágica, de centenas de mini-arco-íris projetados pelos cristais dos lustres flutuando na poeira típica dos antigos ateliers. Mas quem disse que o Jair estava a fim de ser fotografado? A Vânia, que trabalha com ele aparentemente desde que isso era ilegal pelo código da criança e do adolescente foi simpaticíssima ao telefone, entendeu na hora o projeto, coisa até então inédita. Me disse que ia falar com o Jair e que eu retornasse a ligação na semana seguinte, pois ele vinha de uma gripe brava. Terça-feira toquei a ligar para o Jair, que felizmente já estava melhor mas, mesmo tendo sido informado do projeto, ainda não se manifestara a respeito. Senti que ia ser difícil. Falei que voltaria a ligar dali a uma semana. Vânia se compungiu, sinceramente querendo me ajudar. Na outra terça, aproveitando que meus pais moram por perto, que lá o almoço geralmente é de primeira e ainda tem vaga para visitante, resolvi ir pessoalmente ao Jair depois do cafezinho, lá pelas duas.

Falei que o Jair é um sujeito elegante. Deixe-me ilustrar. Cheguei de surpresa na sua loja/atelier e sinceramente, na terceira terça-feira, esperava ter que lidar com alguém arredio à ideia de ser fotografado. Não que tenha sido recebido por um exibicionista, mas ele parou o que estava fazendo, me ofereceu assento em poltrona italiana de veludo e, quando percebi, já eram cinco da tarde. Falamos de arte, de cristais, do bairro, da cidade, do mundo. Atravessamos a rua e tomamos café no botequim do Alemão, onde falamos com o Alemão sobre botequins e superstições sertanejas (Alemão é de Pernambuco, eu acho). Não lembro de termos falado das fotos. Ao final, me levantando, deixamos marcado para a terça seguinte às três. Depois de sete dias tudo que eu imaginei quando ouvi sobre o lugar ficou pequeno. Tinha mais luz, mais cristais, mais bronze e muito mais gentileza. Só não tinha nenhuma poeira na loja, embora desse para ouvir as máquinas demolindo o resto do quarteirão do outro lado da parede.

Vai lá: Jair Lustres Antigos - Rua Dr. Melo Alves, 39 - tel: (11) 3082-8613

 

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 Senhor do tempo

Senhor do tempo

 Baltazar e o carrilhão inglês

Baltazar e o carrilhão inglês

 Esse relógio já tinha passado pela bancada a muito tempo.

Esse relógio já tinha passado pela bancada a muito tempo.

 Suiço é bom de relógio de pulso.

Suiço é bom de relógio de pulso.

 Os de pé e de parede bons são os relógios ingleses e os alemães.

Os de pé e de parede bons são os relógios ingleses e os alemães.

 Mostruário

Mostruário

 Muita badalação

Muita badalação

 Falando

Falando

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 Pedaços do inglês

Pedaços do inglês

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 Gorô

Gorô

 Gorô nem olha

Gorô nem olha

 Troca-se bateria

Troca-se bateria

 Minúcia

Minúcia

 Vai com fé

Vai com fé

 Rebite?

Rebite?

 Mostruário

Mostruário

 Baltazar dando corda

Baltazar dando corda

 Pois não?

Pois não?

 Senhor do tempo  Baltazar e o carrilhão inglês  Esse relógio já tinha passado pela bancada a muito tempo.  Suiço é bom de relógio de pulso.  Os de pé e de parede bons são os relógios ingleses e os alemães.  Mostruário  Muita badalação  Falando _DSF1039AS.jpg _DSF1042AS.jpg _DSF1041AS.jpg _DSF1063AS.jpg  Pedaços do inglês _DSF1087AS.jpg  Gorô  Gorô nem olha  Troca-se bateria  Minúcia  Vai com fé  Rebite?  Mostruário  Baltazar dando corda  Pois não?

Mestres de São Paulo - Baltazar dos Relógios

guto seixas August 25, 2016

Mestres de São Paulo - Baltazar dos Relógios

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Dupla dinâmica
Dupla dinâmica

Os mestres Mario Carneiro (em pé) e Walter

Seu pé
Seu pé

Mario Carneiro segura a forma que é moldada nas medidas do pé do cliente. Para cada cliente um par único de formas.

Quem sabe mostra
Quem sabe mostra

Sr. Mario mostra o grau de detalhamento em seus sapatos.

Oxford
Oxford

Sr. Walter aplica padrão oxford no belo couro francês dos sapatos Busso.

Na mão
Na mão

Feito à mão é isso.

Pode retirar
Pode retirar

Pares recém acabados aguardam os pés dos donos. Quero a botina, por favor.

Começando
Começando

Peças esperando as mãos de mestre Walter.

Vê se aprende rapaz.
Vê se aprende rapaz.

Não fazia ideia da existência de tamanha quantidade de modelos de sapatos .

Mais modelos
Mais modelos

Basicamente uma infinidade de combinações de modelos e couros.

Formas de clientes
Formas de clientes

Um verdadeiro arquivo dos pés dos caras que sabem das coisas.

Desde 1915
Desde 1915

Assim a 101 anos.

As famosas botas Busso
As famosas botas Busso
Devagar e sempre
Devagar e sempre

Pressa não faz parte. Afinal aqui se fazem coisas para durarem mais que seu donos.

Quer aprender?
Quer aprender?
Ferramentas
Ferramentas

Ninguém lembra de quando essas ferramentas foram compradas.

Os pés vão mas suas formas ficam
Os pés vão mas suas formas ficam

"Desses aí quase todos já morreram" me disse  Sr. Mario.

Mais pés
Mais pés

A oficina nos fundos da sapataria onde são feitos e guardados os moldes.

Contraplano
Contraplano

Vista dos fundos da sapataria olhando para a entrada. As caixas á direita da foto contém os couros franceses..

Prontos
Prontos
Old School
Old School

Se você mantém as coisas originais elas não saem de moda.

Fachada da loja
Fachada da loja

A fachada pouco deve ter mudado esses anos todos. Tem fotos de cavaleiros conhecidos de São Paulo, como Alfinete, em foto de 1965

Dupla dinâmica Seu pé Quem sabe mostra Oxford Na mão Pode retirar Começando Vê se aprende rapaz. Mais modelos Formas de clientes Desde 1915 As famosas botas Busso Devagar e sempre Quer aprender? Ferramentas Os pés vão mas suas formas ficam Mais pés Contraplano Prontos Old School Fachada da loja

Mestres de São Paulo - Sapataria Busso

guto seixas August 11, 2016

Acho que por me considerar um pouco artesão sempre fui fascinado por essas pessoas que passam a vida toda se dedicando a fazer uma coisa bem. A fazer o melhor. Acho que isso tem um pouco de religioso, lembra os monges budistas e suas mandalas. 

Resolvi então ir atrás dos melhores artesãos de São Paulo e, logo que imaginei esse projeto, me lembrei da sapataria Busso. Quando praticava equitação, nas décadas de 1980 e 1990, ninguém sonhava com nikes e mizunos, os objetos de desejo dos cavaleiros e amazonas eram as botas do Busso. Nunca tive meu par, mas uma vez experimentei um no vestiário da Hípica e fiquei maravilhado. Aquilo sim eram botas! Fui lá ver se eles ainda faziam essas maravilhas.

Busso ainda é o nome do estabelecimento fundado em 1915, mas quem manda na casa desde que Gino Busso morreu é seu ex-discípulo, o Sr. Mario da Costa Carneiro, 84. Ele mesmo filho de sapateiro.

Além das botas, a Busso faz sapatos e botinas, tudo sob medida e em couro francês. Só usam couro francês. Quem deseja ter um par dessas maravilhas nos pés precisa ser paciente, mas não tão paciente assim. 20 dias é quanto demora. Primeiro são tiradas as medidas dos seu pés para a confecção de formas de madeira, que serão moldes dos seus pés para todo o sempre. Para sempre mesmo. Sr. Mario me conta, apontando para uma parede com prateleiras do chão ao teto forradas de pézinhos de madeira empoeirados: "Esses aí todos já morreram". Porque ele guarda os moldes desses pés do passado eu não perguntei. Fiquei pouco mais de uma hora com o Sr. Mario e o Sr. Walter, que no dia estava martelando e marcando couros marrons e pretos. O Walter está na casa só há 36 anos.

A divisão de trabalho no Busso é a seguinte: O Sr. Mario é o homem de frente, recebe, conversa, interpreta e analisa. Daí, com o pedido feito corta o couro e o Sr. Walter faz o resto.

A dupla é engraçada e cheia de histórias que eu prometi não publicar. A quantidade de absurdos que esses dois já escutaram da grãfinagem paulistana é infinita. Dava para ficar dias ouvindo e gargalhando com os causos. Pena que durou só uma hora.

Endereço: Rua Major Sertório, 452 - Vila Buarque - São Paulo - SP

Telefone: (11) 3256 9435

De segunda a sexta 08h - 17h30 / Sábado 08h - 12h / Domingo fechado

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